A aula da morte

Social

Em determinada fase da vida, os nossos valores e os nossos olhares se diferenciam muito dos que tínhamos na juventude. Talvez, não para todos, mas para a maioria. Observo que ao ser anunciada a morte de alguém QUERIDO, como, no caso, CLAUDIA BASSETI SCARTON (foto), que preciso esclarecer, não tínhamos um elo muito forte de amizade, mas havia respeito e admiração mútuos, as pessoas passam a refletir sobre isso.
Sempre aplaudi a garra e o instinto familiar de CLAUDIA; e dela, sempre fui informado que tecia os maiores elogios a mim e à minha família. Sem contar os comentários gentis em nossas redes sociais. Ontem, a sociedade capixaba vestiu NEGRO, não nas roupas, mas na alma, em silêncio, pela passagem da jovem senhora LA BASSETI.
Como observador, percebi, por onde passava e pelo que li em depoimentos diversos nas redes, que a MORTE de CLAUDIA fez pessoas que estão presas a futilidades, que têm a preocupação em demonstrar suas riquezas e PODER, cairem na REAL. Foi lindo e emocionante constatar que, pelo menos nas memórias, existem valores de reconhecimento do que realmente importa na vida.
O LUXO de vestir-se bem, residir em casas extraordinárias, no comer bem e o compartilhamento de seus momentos de viagem não são PECADOS. A maneira e a preocupação impostas em cada palavra é que afastam as pessoas da REALIDADE. Nessa hora, está embutida a pretensão de demonstrar a sua superioridade, que é inexistente.
E CLAUDIA SCARTON BASSETI foi especial até no seu momento final. Foi escolhida pela MORTE para dar uma AULA para que tantas pessoas deslumbradas acordem e enxerguem que a simplicidade, a naturalidade, cabe em todos os corações, do BIOLINÁRIO ao POBRE, porque em algum momento nada mais fará a diferença. E ela seguiu pelos seus nove anos de luta amando a vida, no melhor que ela nos oferece, e cheia de FÉ. Que descanse em PAZ. Aos familiares, o nosso abraço solidário e os nossos sentimentos. Foto/Thuanny Louzada

COMPARTILHE: